Não conheci este artista, mas dá-nos uma perfeita imagem de mulher, digo eu: alguma coisa de anjo e de regaço, vigor, uma respiração saudável. Reparo, porém: são garras nas mãos delicadas?
Um convite: procurem imagens femininas e associem-nas a versos de poemas meus (da vossa aula, do manual, de outros textos, que não há assim tantos a procurar no meu único livro...). Obras clássicas ou modernas, pinturas, desenhos, fotografias, cada uma delas ao lado das palavras que inventei. Enviem-nas para o endereço deste blogue e far-se-á depois uma entrada reunindo o vosso material:
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ResponderEliminarA imagética feminina é abordada em vários poemas de Cesário Verde, sendo sempre possível nas suas obras distinguir, nomeadamente, dois tipos diferentes de mulher: a mulher do campo e a mulher da cidade. O sujeito poético descreve a mulher citadina como uma “mulher fatal”, que, apesar da sua imensa beleza, sedução e atração, é uma pessoa fria e distante que despreza o sujeito poético, ignorando a sua existência, fazendo-o sentir-se humilhado:
ResponderEliminar“O seu olhar possui, num jogo ardente,
Um arcanjo e um demónio a iluminá-lo;
Como um florente, fere agudamente,
E afaga como o pelo de um regalo!”
em “Deslumbramentos”
Já a mulher campestre é descrita como simples, imaculada e trabalhadora. Para o sujeito poético, a mulher do campo representa tudo o que é puro e fértil, mesmo que esteja débil e enferma. A mulher associada ao campo transmite amor puro e sem preconceito, ainda que seja uma burguesa em ambiente de piquenique:
“Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto de merenda
O ramalhete rubro das papoulas!”
em “De Tarde”
João Campos Nº17 12ºB (10/10/2013)