terça-feira, 17 de setembro de 2013

UM LUGAR EM QUE QUASE ME POSSO OLHAR AO ESPELHO




Fica aqui...




 
 
 
 
 
 
 

domingo, 8 de maio de 2011

Retratos de Mulher


picasso


Não conheci este artista, mas dá-nos uma perfeita imagem de mulher, digo eu: alguma coisa de anjo e de regaço, vigor, uma respiração saudável. Reparo, porém: são garras nas mãos delicadas?

Um convite: procurem imagens femininas e associem-nas a versos de poemas meus (da vossa aula, do manual, de outros textos, que não há assim tantos a procurar no meu único livro...). Obras clássicas ou modernas, pinturas, desenhos, fotografias, cada uma delas ao lado das palavras que inventei. Enviem-nas para o endereço deste blogue e far-se-á depois uma entrada reunindo o vosso material:









terça-feira, 5 de abril de 2011

Anteu





A Terra ou a Luta de Hércules e Anteu, de Auguste Couder (1819)


Têm falado do mítico e velho Anteu a propósito da minha obra. Não sei se estou preparado para os combates difíceis em que se envolveu, até (grande imprudência) com o hercúleo... Hércules. É melhor conferir o B. I. (estou muito actualizado...) deste nosso amigo:

De acordo com a mitologia, Anteu, filho da Gea (Terra) e de Posídon, era um gigante muito possante, que vivia na região de Marrocos, e que era invencível enquanto estivesse em contacto com a mãe-terra. Desafiava todos os recém-chegados em luta até à morte. Vencidos e mortos, os seus cadáveres passavam a ornar o templo do deus do mar, Posídon. Hércules, de passagem pela Líbia, entrou em combate contra Anteu e, descobrindo o segredo da sua invencibilidade, conseguiu esmagá-lo, mantendo-o no ar.

mito de Anteu. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-04-02].

E vocês, que acham ? Que tem Anteu a ver com a minha poesia, em quem também muita gente encontrou uma espécie de luta entre a vida e a morte?





Proposta de trabalho (deixar comentário):

A proposta é a de que respondas, simplesmente, ao desafio do poeta, tomando como ponto de partida o estudo feito na aula.




quinta-feira, 24 de março de 2011

ÀS TURMAS DO ANO LETIVO DE 2013-14 (Escola Secundária Dr. J. G. Ferreira Alves)






fotografia de J. Benoliel

É incrível como todos os anos sempre mais alguém chega até aos meus poemas, e muitas vezes levado pela mão de uma regateira da velha Lisboa.

"Como estão? Se me ajudassem com esta giga?! Venham atrás de mim, é o ar e a luz do século XIX, o ar e a luz de sempre...".


Proposta de trabalho (Deixar um comentário)

Propomos-te que nos fales das tuas primeiras impressões acerca da poesia de Cesário Verde.







segunda-feira, 23 de novembro de 2009

À VOSSA ESPERA



E vós, alunos do século XXI, que dizeis vocês de mim? Deixei escrito na última parte de "O Sentimento de um Ocidental":


Se eu não morresse nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!

Fica esta etiqueta à espera dos vossos trabalhos...


DE TARDE


DE TARDE


Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.


Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!


Proposta de trabalho (deixar comentário):

Confronta a pintura de Manet ("Le Déjeuner sur L'Herbe") com o poema de Cesário Verde- pontos de aproximação e de divergência.




O GRUPO DO LEÃO


Grupo do Leão - Pintura de Columbano Bordalo Pinheiro

Em 1881 constituiu-se em Lisboa o Grupo do Leão (ver aqui), cenáculo de pintores considerados modernos, que conviviam na cervejaria com esse nome. Apareciam também alguns escritores, curiosos das conversas animadas sobre arte. Fui um dos primeiros.





domingo, 22 de novembro de 2009

A "PHOTOGRAPHIA" EXPANDE-SE

O meu olhar é, sem dúvida, poético e dizem muitos que marcado também pelo interesse relativamente à pintura. Será igualmente fotográfico, isto é, "photográphico", como se dizia no meu tempo? Era uma "arte" (arte? era enorme a discussão sobre o assunto...) em grande expansão (comprovem-no aqui). Fotografaram-me várias vezes:













À LUZ DO GÁS

Degas e Daumier











Haverá, como dizem (não confirmo nem desminto...), um Cesário Verde do campo e um Cesário Verde da cidade? Estive, de qualquer forma, atento ao meu tempo e a minha poesia deu conta das novas realidades sociais, como disse Jorge Custódio (no artigo "A Indústria Fabril em Portugal e em Lisboa na época de Cesário", na revista Prelo , nº 12, Julho-Setembro de 1986):


"A cidade de Cesário Verde é sobretudo a cidade dos bairros industriais onde a «negra multidão se apinha de tecelões, de fumos, de caldeiras». Uma cidade onde a paisagem se transforma pelo efeito da civilização industrial, à luz do gás ou na penumbra dos fumos das chaminés e dos boqueirões e becos. É ainda a cidade que se amplia e se expande, confundindo-se com o campo e gerando «sítios suburbanos, reles», lugares de focos de infecções, esterqueiros e miasmas sociais. É ainda a cidade fabril, viva, repleta de trabalho, assalariada e mercantil, cidade de artistas de ofício, de mulheres trabalhadoras, de operários, de artistas despedidos e de lumpen onde os problemas laborais vão paulatinamente definindo a questão social das sociedades industriais modernas- a luta de classes."




Proposta de trabalho (deixar comentário):

Documenta com versos de Cesário Verde as questões apresentadas na citação, não deixando de salientar a metamorfose poética operada pelo autor, através da referência, nomeadamente, a recursos de estilo particularmente relevantes.

JACINTO E DAVID

Continuar assim vivo, como se demostra neste blogue (estranha palavra...), depende muito da inteligência e sensibilidade dos que, muito tempo depois de mim, me estudaram. Por exemplo, Jacinto do Prado Coelho e David Mourão-Ferreira, cujos estudos sobre a minha poesia se tornaram, eles próprios, clássicos. Vão ver com os vossos próprios olhos! Basta espreitar o índice...




- Prado Coelho, Jacinto- Ao Contrário de Penélope, Lisboa, Bertrand, 1976

. artigo "Cesário Verde, poeta do espaço e da memória" (pp. 195-198)












Mourão-Ferreira, David- Hospital das Letras, 2ª. ed., Lx., I.N. Casa da Moeda, s.d.

. artigo "Notas sobre Cesário Verde" (pp. 67-95)

CARTA AO CONDE DE MONSARAZ


António


Fiquei hoje em casa, um pouco adoentado, com suposições de doenças, de futuros quebrados, confusamente baço, sem lucidez de cérebro nem de ponto de vista. Enquanto o sol, numa grande esteira clara, me entrou pelo quarto, estive bem contente, exuberante, cheio; a luz dourada e tépida sorria no estuque das paredes, nas cercaduras de flores pintadas, no mogno polido das cadeiras, no verniz de ferro do meu leito modesto de solteiro, na colcha muito lavada, com um bom cheiro de barrela e de alfazema e na minha imaginação de rapaz saudável.

Mais tarde abri todas as três janelas para receber mais claridade; invadiu-me a sombra triste, a melancolia do crepúsculo, a friagem antipática da humidade. (...)



Carta de Cesário Verde a António Macedo Papança (Conde de Monsaraz)


Proposta de Trabalho (deixar comentário):

Com base no extracto desta carta, comenta a seguinte opinião de Margarida Vieira Mendes a propósito de Cesário Verde: "Toda a poesia de Cesário Verde torna perceptível e palpável a paixão que a gera: a rejeição da morte".


terça-feira, 17 de novembro de 2009

SOPHIA E EU


A maior parte dos meus contemporâneos não me levou muito a sério como poeta. Será que o futuro me compreendeu melhor? Dizem que Sophia Andresen (teria antepassados estrangeiros, como eu?) é uma grande poetisa da língua portuguesa. Conhecem? Podem conferir aqui. Este é um poema dela acerca do meu mundo.



Cesário Verde

Quis dizer o mais claro e o mais corrente
Em fala chã e em lúcida esquadria
Ser e dizer na justa luz do dia
Falar claro falar limpo falar rente

Porém nas roucas ruas da cidade
A nítida pupila se alucina
Cães se miram no vidro de retina
E ele vai naufragando como um barco

Amou vinhas e searas e campinas
Horizontes honestos e lavados
Mas bebeu a cidade a longos tragos
Deambulou por praças por esquinas

Fugiu da peste e da melancolia
Livre se quis e não servo dos fados
Diurno se quis- porém a luzidia
Noite assombrou os olhos dilatados

Reflectindo o tremor da luz nas margens
Entre ruelas vê-se ao fundo o rio
Ele o viu com seus olhos de navio
Atentos à surpresa das imagens

Sophia de Mello Breyner Andresen, Ilhas, 1989


Proposta de trabalho (deixar comentário):

Um desafio: que tal tentares criar um texto poético que procure tanbém dar conta do modo como vês Cesário Verde e a sua poesia? O blogue escolherá alguns dos textos recebidos, dando-lhes o devido destaque na secção com a etiqueta "Que dizeis vocês de mim?" .